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action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/storage/7/53/f9/bchaos1/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114Dynastes hercules lichyi
Eu queria que as canetas neon que usei nas luzes aparecesse no scanner, mas o resultado ficou bom.
Em setembro do ano passado, fui com minha família e amigues num duelo de vogue. Vibrei e estalei os dedos para dezenas de voguers explodindo performatividades em performances por sei lá quantas mil categorias até que por meados da noite duas competidoras se estranharam no palco. Era a categoria “femme figure”, dedicada a mulheres cis e trans conforme me explicou uma amiga especialista no assunto. O quase arranca-rabo disfarçado de quase dança foi interrompido pelo juri gringo, convidado especialissimamente pra nos trazer seu conhecimento de causa, pelo bem da segurança… dos tradicionais papéis de gênero. Pois eis que a justificativa dada pelo senhor gringo é que se as moças quisessem, podiam catfight, podiam ser delicadas, suaves, graciosas para brigar mas que a agressividade pertencia a outras categorias que davam espaço para uma certa masculinidade. Eu e minha gangue ao redor franzimos os narizes imediatamente. Passamos o resto da noite do lado de fora problematizando e compartilhando nosso estranhamento.
Quando a ball chegou ao fim, me esgueirei para o bastidores e lá encontrei o Exmo. Senhor Jurado Gringo. Arranhei um “can I talk to you?” e aguardei pacientemente que ele terminasse de fazer o social. Quando ele pode vir para o canto me dar atenção, expressei com a melhor pronuncia que consegui a minha intenção de trocar idéias sobre a construção daquela festa, parte de uma cultura maravilhosa que nós criamos juntes etc. E questionei se nós, pessoas que vivem para além das regras de gênero e sexualidade, deveríamos mesmo nos prender às amarras que nos oprimem. O Sr. começou a resposta com “Esse é o problema com um mundo hoje!”, numa réplica perfeita de conservador indignado. E segundo ele, cultura de balls não é cultura LGBT e que eu não podia ir falar com uma lenda – ele gesticulou apontando de cima a baixo de seu corpitcho de dançarino para ressaltar “a legend” – e dizer que temos que mudar tradições. What? Por que não se tradições são construções e mudam o tempo todo ao longo da história? E segundo ele, não, não mudam. E trocamos alguns “they do” e “they don’t” num debate improdutivo até que ele disse que não era com ele que eu deveria debater já que a tal categoria não era “dele” e ele só tinha sido porta-voz do recado que a outra jurada gringa, representante da categoria, queria dar. E que eu estava perturbando-o num momento que deveria ser descontração pós-festa. Pedi desculpas sarcásticas à Lenda, pois sofro desse mal. A conversa com ela foi bem mais tranquila, mas concordamos em discordar.
Gênero e tradições são construções e quem os constrói? As pessoas. Para quem? Se não for para as próprias pessoas, qual o sentido? E podemos até brincar de separar cultura de ball de cultura LGBT, mas oras quem é que cria, mantém e vive a cultura de balls? Aliás, várias balls já pensam suas categorias e regras de forma muito mais ousada. Ignorar o potencial questionador da cultura das balls não só não faz sentido em relação ao seu público, como é simplesmente inútil. A comunidade LGBT se tranforma, as regras se transformam, as culturas se tranformam como se transformaram o drag, as balls, o vogue, nossa sigla, a sagrada instituição do casamento, as leis contra “sodomia”, o gênero. Pena que o Sr. Gringo não queira celebrar o quanto somos bons nisso nem reconhecer o quanto precisamos, mas whatever. Segue o baile!
Tardigradas são animaizinhos que medem por volta 0,5mm, vivem na água, podem hibernar congeladas por 30 anos, sobreviver no vácuo no espaço, resistir a radiação, suportar -200ºC e 151 ºC. É sério!
O novo álbum maravilhoso da Fiona Apple saiu depois de 8 anos de espera sem espaço para decepções. Vou arriscar uma tradução aqui porque acho importante que se fale sobre certas coisas. Músicas sobre depressão escritas por quem sabe do que fala falam diretamente com quem sabe do que estão falando. Se é que você me entende.
Balão pesadoPessoas como nós, nós brincamos com um balão pesadoNós o mantemos no alto pra manter o mal afastado, mas ele sempre cai muito rápidoEu me espalho como os morangosEu escalo como as ervilhas e feijõesEu estou sugando há tanto tempoQue estou arrebentando as costurasNo meio do dia, é como o solMas aquele do Saara, me encarando lá embaixoForçando todas as formas de vida em mim a se recolherem no subsoloCresce sem piedade como o dente de um ratoSimplesmente continua me roendoE se contrai como uma jiboia em uma mangueira, nada fluiEntão a pressão cresce ao invés da sementePessoas como nós ficam tão pesadas e tão perdidas às vezesTão perdidas e pesadas que o fundo é o único lugar que conseguimos encontrarVocê é arrastada pra baixo, pra baixo para o mesmo lugar tantas vezes seguidasO fundo começa a parecer o único lugar seguro que você conheceMas quer saber?Eu me espalho como os morangosEu escalo como as ervilhas e feijõesEu estou sugando há tanto tempoQue estou arrebentando as costuras
Heavy balloonPeople like us, we play with a heavy balloonWe keep it up to keep the devil at bay, but it always falls way too soonPeople like us, we play with a heavy balloonWe keep it up to keep the devil at bay, but it always falls way too soonPeople like us, we play with a heavy balloonWe keep it up to keep the devil at bay, but it always falls way too soonI spread like strawberries (I spread like strawberries)I climb like peas and beans (I climb like peas and beans)I’ve been sucking it in so longThat I’m busting at the seamsI spread like strawberries (I spread like strawberries)I climb like peas and beans (I climb like peas and beans)I’ve been sucking it in so longThat I’m busting at the seamsIn the middle of the day, it’s like the sunBut the Saharan one, it’s staring me downForcing all forms of life inside of me to retreat undergroundIt grows relentless like the teeth of a ratIt’s just got to keep on gnawing at meAnd it constricts like a boa on a hose, nothing flowsSo the pressure grows instead of the seedPeople like us get so heavy and so lost sometimesSo lost and so heavy that the bottom is the only place we can findYou get dragged down, down to the same spot enough times in a rowThe bottom begins to feel like the only safe place that you knowBut you know what?I spread like strawberries (I spread like strawberries)I climb like peas and beans (I climb like peas and beans)I’ve been sucking it in so longThat I’m busting at the seamsI spread like strawberries (I spread like strawberries)I climb like peas and beans (I climb like peas and beans)I’ve been sucking it in so longThat I’m busting at the seams(I spread like strawberries), I spread like strawberriesI climb like (I climb like peas and beans)I spread like strawberriesI climb like peas and beansI spread like strawberriesI climb like peas and beans (That I’m busting at the seams)I spread like strawberriesI climb like peas and beans
Um close do rostinho fofo da mosca varejeira. Arrisquei a interpretação de um ângulo que ainda não tinha visto em foto.
Enquanto eu pintava robôs no último mês, uma fenda que se abria no espaço-tempo acabou de rachar a lógica e nossas fantasias de futuro distópico se materializaram ao completar sua fusão com as noções de uma era medieval que já voltava a galope nesse quadro sócio-político-cultural surrealista. E agora estamos aqui, uma civilização manipulada por bots confinada numa Terra plana vigiada por câmeras com uma praga letal nas ruas. É primeiro de abril e as coisas mais inacreditáveis são verdade.