As Borboletas Monarca são uma espécie que todo mundo tem a impressão de já ter visto, porque por aqui no Brasil temos várias espécies parecidas com listras laranjas e pretas e os pontinhos brancos. Mas apesar de parecerem comuns, a subestécie Danaus plexippus plexippus dessas borboletas está em um galopante processo de extinção, mais uma consequência lamentável das mudanças climáticas, um desastre descomunal para o planeta pois essas danadas literalmente atravessam gerações num ciclo migratório impressionante que poliniza quase 5.000.000 quilômetros entre México e Canadá. É realmente incrível. Recentemente, cientistas tentaram aumentar sua população com a criação em cativeiro. Quando finalmente soltaram as milhares de borboletas, descobriram que Borboletas Monarca criadas em cativeiro não sabem migrar.
Um estudo de 2019 descobriu que a clausura provoca alterações identificáveis no código genético dessas borboletas, apagando sua habilidade de saber pra onde ir. Mas em algum universo paralelo, alguém me pede para fazer uma interpretação poética sem muito compromisso com as realidades dos fatos para essa descoberta – nesse universo paralelo as pessoas não confundem idéias agradáveis com as realidades dos fatos. E eu digo que as borboletas mais novas na jornada aprendem com as mais velhas que aprenderam com as mais velhas que se foram no caminho. As borboletas portanto, concluo, migram não por instinto e sim por senso de responsabilidade. Fofas.