O capitalismo está ruindo, dizem as pessoas que o estudam e dizem isso, ao que parece, há um bom tempo. Está ruindo então lentamente. Cada vez mais próximo de seu fim e há um desespero e ansiedade e por vezes excitação em saber que deverá haver algo depois. Mas lá está ele, ruindo e ruindo e o fim dessa ruição talvez esteja longe. O capitalismo rui como aquelas imagens em câmera lenta de prérios implodidos. Vemos a construção se perder em meio à nuvem densa e escura que sobe. Vemos o prédio vir abaixo num movimento lento que se confunde com a subida da nuvem e ambos se fundem até que uma massa em expansão se espreguice pelo ar. Sabemos que ela se move em direção à sua dissipação, mas a nuvem de destruição dança na sua frente exibindo suas infinitas partículas pelo que parece uma eternidade ou um momento suspenso no meio do pó que se revolve. Dentro de nossas mentes, dá pra ouvir o som.